domingo, 30 de junho de 2013

EFS - ESTRADA DE FERRO SOROCABANA

Olá Leitores, essa é a parte II da evolução do transporte ferroviário, a estrada de ferro sorocabana (anterior SPR), conta um pouco da história das linhas Oeste e Sul ( atuais 8 e 9), espero que vocês gostem, bom divertimento!!!!!

Créditos ao autor
Criada em 2 de fevereiro de 1870 por um grupo de sorocabanos liderados pelo comerciante de algodão Luiz Mateus Mailasky, o mesmo obteu da então província de São Paulo uma garantia de juros de 7% ao ano sobre o capital que fosse investido na ferrovia. 

Em 13 de Junho de 1872 é iniciada a construção da linha tronco de 110 km de extensão, ligando Sorocaba à São Paulo. Em 1874 o banco Deutsch Brasilianische Bankum (que faliria pouco tempo depois ) concedeu um empréstimo para conclusão das obras da estrada que teria seu trecho inicial inaugurado em 10 de julho de 1875 com as seguintes estações: Sorocaba, Piragibu, Pantojo, São Roque, Baruery, Barra Funda e São Paulo (atual Júlio Prestes). Na estação São Paulo havia armazéns de distribuição e uma linha que se conectava à ferrovia São Paulo Railway por onde escovam os produtos de Sorocaba e região até o porto de Santos.



Estação Julio Prestes, marco zero da sorocabana

Em bitola métrica, formado por uma única via para transportar as safras de algodão, as receitas geradas pelo transporte desse produto logo se revelaram insuficientes, levando a ferrovia a enfrentar sérias dificuldades financeiras. Em assembleia geral realizada no dia 15 de maio de 1880 Luís Mateus Maylasky foi demitido e substituído por Francisco de Paula Mayrink, que acusou seu predecessor de gestão ilegal, malversação de fundos e inclusive de desfalque.

Mayrink, convencido que o sucesso da ferrovia estava condicionado ao transporte do café, expande seus trilhos na direção de Botucatu, para atingir regiões cafeeiras indo até Assis, onde se localizavam as oficinas da ferrovia, tornando-se uma das principais cidades do interior paulista.
Oficina Sorocabana
A Sorocabana serviu a inúmeras cidades do oeste paulista. Sua linha tronco expandiu-se e chegou a Presidente Prudente em 1919 e a Presidente Epitácio, às margens do rio Paraná - seu ponto final - em 1922. Antes disso a EFS construiu vários ramais. Em 1909 o ramal de Itararé ligava Iperó a Itararé, conectando a rede ferroviária paulista às estradas de ferro do Paraná, pelo antigo caminho dos tropeiros, que viajavam até o sul do Brasil.

Em 1919, o governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. A partir dos anos 20, em seu trecho inicial - primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno - passaram a circular, principalmente, trens de subúrbio.O Ramal Dourados, no oeste paulista, ligava Presidente Prudente a Teodoro Sampaio.


Tue Toshiba entre Barra Funda e Lapa
Foram feitas inúmeras tentativas e vários projetos para levar os trilhos da Sorocabana até o porto de Santos que era servido - em regime de monopólio - apenas pela São Paulo Railway (SPR) popularmente conhecida com A Inglesa. Muitos alegavam que A Inglesa sufocava o desenvolvimento do porto com suas altas tarifas.Mas todas essas tentativas de levar novos trilhos até o porto de Santos esbarravam no sistema de privilégios de zona . A zona por onde os trilhos teriam que passar pertencia à Southern San Paulo Railway Co. Ltd.



O governo de Altino Arantes Marques (1916 a 1920) muito se empenhou para que a Sorocabana conseguisse descer a Serra do Mar realizando várias gestões para que o estado encampasse aSouthern San Paulo Railway Company.

Em 1926, no governo Washington Luis, a 'Southern San Paulo Railway' Co. foi comprada pelo Governo do Estado de São Paulo, estatizada e incorporada à Estrada de Ferro Sorocabana. Essa aquisição permitiu à Sorocabana a criação do ramal Samaritá a Mairinque que ligou, finalmente, em dezembro de 1937, o porto de Santos à cidade de São Paulo, quebrando o monopólio da São Paulo Railway no transporte de passageiros e cargas da capital e interior para o Porto. O trecho entre Santos e o Jardim Samaritá, na área continental de São Vicente foi incorporado à Mairinque-Santos, que estava em início de construção no trecho da Serra do Mar, e o restante foi transformado no ramal de Juquiá. A partir daí, novas estações foram construídas.

A ferrovia chegou ao seu auge nas décadas de 1940 e 1950, quando circulava em suas linhas o Expresso Ouro Branco, um trem de passageiros moderno e luxuoso, ligando a Capital até Peruíbe. Porém, o descaso com que os governos estaduais e federais trataram as ferrovias nas décadas seguintes, em claro favorecimento ao transporte rodoviário, acabou fazer com que a linha se degradasse ano a ano.

Ouro Branco em Julio Prestes

Expresso Ouro Branco em Peruibe
Em 1962, com uma mensagem do governo do estado de São Paulo encaminhada à Assembléia Legislativa, propondo a unificação das ferrovias paulistas por medida de ordem econômica pois havia cinco ferrovias diferentes e estatais no estado. Foi rejeitada e em 1966 reencaminhada sendo novamente rejeitada pela Assembléia Legislativa. Em 1971 a Estrada de Ferro Sorocabana deixa de existir, sendo uma das ferrovias que formaram a FEPASA - Ferrovia Paulista S.A.
ESTAÇÃO JULIO PRESTES - UMA DAS HERANÇAS DEIXADA PELA EFS




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